O carpinteiro, o escultor de homens, o entalhador de almas, o artesão do espírito. O meu trabalho é moldar a forma mais precisa do Adam Kadmon, da expressão vívida do significado da exteriorização da luz do Imanifesto ao material. Eu vim para entalhar, para estruturar e moldar as almas, para esculpir os espíritos desformes e corrompidos e – com minhas mãos – energeticamente vou dando forma ao ser perfeito e transcendente.
Eons de trabalho para aprimorar o arquétipo humano, a referência para aqueles que se dispuserem a olhar com os olhos da alma e, muitos degraus acima, se vê a luz que resplandece dentro deste arquétipo, como um farol mostrando o caminho.
Eu não sou o caminho, eu não sou a verdade absoluta, eu não sou nada, apenas um instrumento. E todos os milagres realizados são expressões deste arquétipo.
Aí está a simbologia por trás dos meus ensinamentos: a multiplicação dos peixes representa, em um novo contexto, a prosperidade, o requisito necessário para a estabilidade do ser humano. A prosperidade que traz o equilíbrio para que ele possa se iniciar neste caminho tão longo.
A cura de um paraplégico representa apenas a demonstração da força das palavras e toda vez, ao invés de um pedido, vocês exerçam um comando: “Levanta e anda” e você levantará, seu espírito se levantará imediatamente. É um comando, não é um pedido. Isto, para alguns ensinamentos tão deturpados, pode ser visto como uma espécie de arrogância do ser, mas não é, é apenas a sua manifestação neste plano denso. Em todas as esferas é assim, as coisas se realizam através de comandos e não de pedidos. Você não quer a cura, você está curado.
Fazer com que o cego enxergue e retome a sua visão, nada mais significa do que abrir os seus olhos da alma para que ele possa ver com clareza e sentir que não está preso nesta dimensão. Há uma ligação tênue, e ao mesmo tempo forte, entre o ser encarnado e o seu eu superior; esta ligação é uma linha que se estende ao infinito, pois quando moldei o homem e este arquétipo da figura humana, estabeleci sua conexão com o cosmos, com o universo criado e tudo aquilo que ele contém se reflete no mundo interior do ser.
É uma jornada interior, uma busca do seu eterno eu preso dentro do próprio ser humano, aprisionado por todos os pensamentos ruins, mesquinhos. Assim, o ser acredita, mesmo que por um breve momento de sua existência, que é aquilo que acredita ser, mas este é apenas o seu ego refletindo os seus desejos mais básicos. A fome, a sexualidade, a inveja, a ira, enfim, todos os atributos que estão contidos no inconsciente da psique humana.
O processo estabelecido
Assim como o milagre da retirada de maus espíritos, obsessores de uma pessoa, nada mais é do que um processo de clarificação, uma limpeza do seu campo. Todos os milagres contém um símbolo e uma simbologia há muito esquecida, não só pelos líderes religiosos, mas pelos próprios filósofos e pensadores que se deixaram sucumbir pela mente e pelo racionalismo do entendimento dos processos da vida.
Mas quando moldei este arquétipo do ser humano perfeito, já estabeleci um processo. Este processo se revela no desapego das coisas que continuam prendendo o ser humano nesta densidade, impedindo que ele se reconecte com a sua essência. O primeiro passo exige que o próprio ser enfrente os seus medos, transmute esta energia de baixa vibração. É sempre uma limpeza, por isso os grupos de cura espalhados por todo o planeta.
Vocês perceberão que tudo começa com um processo de limpeza. É como despir-se das roupas que já não lhe servem e se colocar nu como num mito de Adão e Eva, também outro símbolo que representa nada mais do que a pureza, mas a pureza consciente.
Quando se adquire esta clareza, não existe mais o sentimento de culpa, porque o ser humano não peca perante o Criador, mas ele sucumbe a sua própria ignorância. Veja que este é um ensinamento totalmente deturpado. As religiões não ensinam o ser humano a se despir dos seus preconceitos e dogmas, ao contrário, ela coloca sobre este ser humano um manto ainda mais grosso; o verdadeiro véu de ignorância que impede que ele se reconecte com a fonte, que nada mais é do que este arquétipo do humano perfeito, esculpido por mim.
Quando realizei o trabalho foi exigido uma demonstração, então foi necessária a minha vinda para demonstrar o meu trabalho como um projeto que deveria ser posto em prática, e o foi por mim mesmo. Tudo que fiz, todos os passos que dei, todas as palavras que proferi foram um reflexo deste arquétipo.
Como disse, eu não sou o caminho, o Eu Sou é o caminho e o Eu Sou está dentro de cada um. É um próprio reflexo deste arquétipo, o macro espelhado no micro. Este espelhamento só se revela diante da luz pura refratada no inconsciente do ser humano pelos 7 raios, cada um expressando um atributo do arquétipo do Adam Kadmon, o ser perfeito que, ao contrário do que vocês pensam, não habita no Éden e sim em outra dimensão mais sutil que pode ser acessada através do trabalho árduo. Assim como foi o meu trabalho de esculpir este arquétipo, é o trabalho do ser humano absorver estes atributos e ele mesmo se torna senhor de sua obra.
Não sou eu quem esculpo ou quem entalha o homem, é ele mesmo que recolhe estes atributos do mundo etéreo e vai entalhando em seu próprio interior para descobrir, ao final, que a sua imagem é a semelhança deste arquétipo. É um reencontro, como se diz, nessa jornada não se aprende nada de novo, ao caminhar simplesmente o homem vai relembrando aquilo que já sabia, mas que esconde por muitos motivos.
Sim, é sempre necessário a limpeza. Esta limpeza é a clarificação da própria mente humana. O ser não pode se prender no inconsciente coletivo e seguir a esmo, ele deve tomar em suas mãos as rédeas do seu próprio destino. O destino nada mais é do que a realização da luz em sua plenitude, sua exuberância que transborda por todo corpo, iluminando todos os chakras e se estabelecendo na coroa. Aqui também há uma simbologia.
Parábolas e símbolos
Muitos questionaram o porquê das parábolas, o motivo dos símbolos. É simples, quando as palavras não são suficientes para expressar aquilo que se quer, usa-se o recurso da simbologia, porque cada símbolo contém uma gama infinita de informações que não podem ser traduzidas em palavras. Este símbolo é absorvido através do sentimento.
O ser humano incorpora este símbolo através da sua intuição e de suas emoções. Uma vez que estas emoções estão equilibradas através do árduo trabalho em si mesmo, aos poucos estes símbolos vão se revelando, as informações vão se abrindo e são todas ancoradas no cardíaco. A morada do Pai é o coração do homem. Então este ser percebe uma outra forma de grandeza, seu espírito transborda.
Aqui entra um outro milagre e sua simbologia, a transformação da água em vinho, o que seria isso? Vocês são como vasos esculpidos pelo Criador, mas vazios por dentro. Então antes de receber a energia do sangue, vocês são preenchidos pelo espírito das águas da criação. Lembram-se que no início havia as águas da criação? Esta água é alocada dentro do vaso, mas ainda não há compreensão, não há o que vocês chamariam de comunhão com o Criador, com a Fonte, então com minhas mãos energizei a água em uma frequência que ela se transformou em vinho. O vinho aqui é o sangue, então, a partir deste momento, a consciência do ser humano foi ativada.
Este é um processo de ruptura e o efeito colateral é o esquecimento. Há uma descarga elétrica que impulsiona o início da vida. Essa descarga provoca esta ruptura trazendo o esquecimento; é por isso que o ser humano sente que algo está faltando. Ele é um vaso preenchido agora com o sangue da vida, que também pode ser o vinho.
Mas então, ele se sente inebriado pelo vinho e esquece-se do sangue, é maia se revelando. A grande mãe Saraswati já ensinou a vocês as muitas faces do Criador e este maia precisa ser rompido, mas as distrações no mundo da materialidade são muitas e estão enraizadas profundamente. O corpo do ser humano é como um jardim, você pode plantar ali a mais bela rosa, mas se não cuidar das ervas daninhas de nada adianta, porque esse não é um trabalho que possa ser feito por um ente superior, como já disse, é um trabalho pessoal, interno. É o próprio ser que remove as ervas daninhas do seu jardim para que ali floresça a grande mãe, a flor divina, o elixir da vida, a própria representação da natureza em sua complexidade infinita.
Sim, há um problema na existência terrena que é a incompreensão do infinito. Mas o ser humano pode ter uma compreensão parcial desta grandeza quando ele estabelece a reconexão com o seu eu superior, com o arquétipo do homem perfeito, o projeto do Adam Kadmon. Por que leva tempo para atingir este estado? Porque eu levei incontáveis eons para esculpir este arquétipo.
Simbologia do carpinteiro
A simbologia do carpinteiro está aqui revelada, assim como em cima é embaixo e aqui me fiz o filho de um carpinteiro para representar este símbolo, o símbolo do entalhamento das emoções, da lapidação da mente.
Mas há uma grande chave que já foi dita, toda realização ocorre através de um comando, não de um pedido, mas o que ensinaram para vocês é que devem sempre pedir algo, desejar algo, sonhar com algo. Nada se faz desta forma no universo, tudo são comandos. E sim, é em uma forma imperativa e não demonstra, como eu disse, arrogância, mas, sim, a clareza do poder pessoal de cada um. Porque atingir níveis elevados de consciência é um processo e ele está disponível para todos, mas não basta passar pelo processo, é necessário sustentar esta posição. É aí que muitos caem, pois imaginam que uma vez atingido determinado ponto, tudo está resolvido.
Mas então, os imprevistos da vida surgem e derrubam desde o menor ser até o maior. Não há consciência que resista à manifestação de maia. Apenas aquelas consciências que têm determinação e a vontade pura de sustentar aquilo que alcançaram na elevação do seu espírito, de sua alma, de sua consciência. Aqui vocês podem ter uma noção do que é o infinito, a batalha nunca está ganha.
Mas se você olhar o abismo por muito tempo, você se verá nele e se achará pertencente a ele. Este abismo é maia das falsas conquistas, das batalhas efêmeras, do sofrimento desnecessário. Quando estiver nesta situação, lembre-se: qual é o maior dom que o ser humano tem? É a vida, pois através dela consegue realizar tudo que determina como possível, tanto do lado material como espiritual, por isso os ensinamentos de que a pobreza é uma condição necessária não é bem assim. Se a posição material em sua vida se reflete por um trabalho honesto e digno, trabalho verdadeiro, por que haveria a sensação de culpa?
Aqui vai outra chave: toda vez que uma sensação de culpa se manifestar, é o ser humano mesmo projetando seus próprios pensamentos, não é um julgamento divino, pois não há culpa naquele que clarifica a sua mente e deposita na reconexão com o seu próprio eu superior o empenho da sua vida.
Seja você o carpinteiro da sua alma.
Namaskaram
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