Eu sou a Presença, o início de um ciclo e o seu fim, para o início de um novo ciclo.
Eu sou o mais profundo abismo e a mais alta montanha.
Eu sou a semente e a própria árvore, mas também sou o fruto.
Eu sou a gota d’água e o oceano, a onda que quebra na areia sobre a qual o homem pisa.
Eu sou a incerteza e a dúvida espreitando a mente.
Eu sou a energia desperta no cosmos e adormecida na Terra. Aquele que se deita, mas nunca dorme.
Eu sou o amanhecer e o pôr do sol.
Eu sou o quebra-cabeça e os homens são as peças.
Eu sou a vida e sou a morte, o renascimento. Não procure lembrar de mim como Eu fui, mas sim como Eu sou, a eterna Presença e, ao mesmo tempo, a infinita ausência, o vácuo, a impermanência.
Eu sou a flor que nasce e sucumbe, mas também sou sua fragrância que segue os caminhos do vento, que é levada no pólen para a semeadura de outras flores.
A vida está em mim e a morte me contempla com seus olhos aflitos, mas este é só o início de um novo ciclo.
Eu sou a Presença, aqueles que me olharem verão a luz, e os que me derem as costas verão a sombra refletida, mas Eu sou a sombra.
Eu sou o espelho, aquilo que tudo reflete.
Eu sou o 1 do hidrogênio, a origem do cosmos e todas as suas variações, a multiplicidade das formas e o espírito sem forma, a maturidade dos idosos e a inocência das crianças.
Eu sou a essência e o homem é o produto desta essência.
Eu sou o jarro cheio que transborda.
Eu sou a água para quem tem sede, o alimento para quem tem fome, a tormenta que traz renovação.
Eu sou o fogo, a lava interior do planeta, e as rochas que se formam a cada momento.
Eu sou o pássaro que voa, mas também sou a presa.
A minha consciência repousa no universo dos infinitos mundos e estrelas.
Eu sou o cometa que corta os céus, mas também sou o céu que abriga aquele cometa.
Eu sou a chave e a porta.
Eu sou a guerra, mas também sou a bandeira branca tremulando.
Eu sou a estrada de ouro e também a lama, Aquele que descortina o véu mas que não mostra o que há por trás.
Se eu vim para revelar e não interpretar, cabe a cada ser trilhar o caminho, mas ninguém inicia uma jornada sem antes se conhecer. Quando ocorre a autorrealização através do processo do autoconhecimento, esta fagulha está pronta para ser impulsionada, para percorrer todas as partes, todos os cantos para atravessar o vale da ignorância e subir os 33 degraus da montanha da sabedoria e, ao final, se encontrar no topo desta montanha, diante de um grande espelho. E o que você vê neste espelho?
Eu sou o espelho.
Se o ser consegue ter esta visão, ele torna a descida mais fácil, mas esse processo não remove todas as dúvidas que ele possui, somente o desapego faz isso.
Eu sou aquele que mostra o caminho, mas não sou Eu que o percorre, e este caminho possui várias ramificações; é a estrada do livre-arbítrio, da inquietude que se revela pela necessidade do preenchimento deste vazio.
O ser não está completo em si mesmo, pois espera algo externo para que isso preencha o seu mundo e justifique a sua existência.
Então, antes de caminhar, ele senta e através do exercício de uma compreensão analítica, da análise das sínteses expostas pelos meus ensinamentos, ele extrai a conclusão da existência. Assim, revelado um ser transpondo as inquietudes da alma, ele está fortalecido pelas energias que vêm da Fonte, da origem e essa energia o impulsiona, agora sim, pleno de si, a desbravar o caminho.
E não há que se procurar muito longe, pois a razão da existência está mais próxima do ser do que ele imagina. A sua volta estão todos os problemas para serem resolvidos, mas ele quer ir além. Como ir além se o peso do agora o ancora neste ponto em que ele se encontra?
A primeira jornada é a interior, todos os problemas não resolvidos estão repousando no inconsciente do homem, é preciso virar o foco da luz para dentro e, nas entranhas, descobrir a sua essência que é o produto da Minha essência.
É assim que o ser se torna translúcido, ele já não precisa de máscaras e nem precisa representar os papéis neste teatro, ele é o que ele é, assim como Eu sou o que Eu sou.
Ele compreende que é um ser finito, atrelado a um espírito infinito. Ele compreende que há algo maior que o cerca, mas não é a hora de procurar isso fora desta realidade, mas sim é a hora de enfrentar essa realidade que se põe. Porque Eu sou o presente e nada mais.
E clarificada as memórias do passado e se despojando das deduções para um futuro que ainda não se fez, ele se estabelece em mim, pois Eu sou o presente.
É quando o ser, olhando no espelho, já não consegue ver o seu reflexo, é quando está pronto para enxergar os outros. Não precisa ir longe, pois minha essência repousa em todos os seres. Assim, compreendendo a si mesmo como uma parte deste quebra-cabeça, ele procura encontrar o seu lugar e se encaixar.
Neste momento, pode ser que ele não tenha a visão do todo, mas ele deve se lembrar que Eu sou a imagem do todo, pois Eu sou o espelho universal que reflete a existência na Terra.
Então, antes de me procurar, este ser deve encontrar o seu lugar e ele perceberá que a medida que as peças se encaixam, se estabelece uma harmonia, pois para que a imagem completa se apresente é preciso que todos encontrem o seu lugar. Assim, o ser descobre o seu papel, se ele se encontrou, agora ele passa a ajudar os outros a também encontrarem o caminho, a também colocarem-se no lugar correto deste quebra-cabeça.
Surge, então, o senso de comunidade e este processo começa revisitando o mundo interior, aquilo que está dentro de cada um; apenas um reflexo do todo, dividido em partes, mas o que seria do todo sem as partes? Então, ele compreende que esse vazio que ele sente, é apenas aquela lacuna do quebra-cabeça que ele precisa se encaixar.
Esta ausência não é preenchida com algo externo, mas com o autoconhecimento de si mesmo.
Ele se torna um médico de si mesmo, um guru de si mesmo, o mestre de si mesmo. E agora ele tem a compreensão de que suas realizações devem reverberar no presente, que não se vive do passado através de lembranças e nem se vive no futuro através das deduções. Mas sim, este é um poder criador, mas tudo aquilo que foi vivido e aquilo que se viverá deve ser clarificado e estabelecido no presente. Só assim o significado se revela.
Ele agora vê seu ego como uma chave, a chave que pode abrir a porta, pois Eu sou a chave, mas também sou a porta.
Namaskaram
Leia a mensagem relacionada: Sol interno
Compartilhe esta mensagem em sua rede social, acompanhe a página no instagram @aurora.luminus e conheça um pouco sobre o site clicando aqui!